Antes de começarmos a falar sobre o crime albanês/balcânico de uma forma geral, é bom revermos a sua história que têm muito a ver com os Conflitos Iugoslavos dos anos 90 que abalou os países pós iugoslavos (Eslovênia, Croácia, Bósnia & Herzegovina, Macedônia e por fim, Kosovo) com a limpeza étnica iniciada por Slobodan Milošević, presidente sérvio que quis formar a Grande Sérvia e não aceitou o rompimento dos outros estados que formavam a Iugoslávia e consolidou um conjunto de conflitos que só terminariam em 2001 e que, mesmo assim, ainda continuaria uma grande quantia de conflitos paramilitares, étnicos e políticos.
1. A Guerra de Kosovo
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(35:00 começa a falar sobre o tópico)
2. Ligação da Guerra de Kosovo com o Crime Organizado Albanês
A Máfia Albanesa sempre foi atuante na Albânia e em seus arredores, porém não tinha força o suficiente para se expandir para outros cantos da Europa. Tratavam-se de gangues tribais dos anos '70 que eram responsáveis por crimes como o tráfico de narcóticos, contrabando e o tráfico bélico. Começou a ganhar força nos anos 80.
A maioria das atividades criminosas em K&M são conduzidas por membros dos clãs familiares ("fis") que controlam seus respectivos territórios. Os clãs são ligados e cooperam de perto com grupos criminosos similares de outros países europeus, especialmente da Turquia, Albânia e Bulgária, devido ao fato de que as principais rotas de contrabando envolvem esses países.
Durante a Guerra de Kosovo, o paramilitarismo nas regiões de maioria albanesa se intensificou com o surgimento do Exército de Libertação de Kosovo (grupo para-militar e político referido como uma organização terrorista). O crime organizado étnico-albanes se solidificou daí, aliando-se ao UÇK. Na verdade, ambos são bem similares, a diferença é que o UÇK era envolvido até os dentes com investidas armadas, guerrilhas e massacres.
3. Conciliando Tráfico com a Guerra
Quando as lutas armadas se irromperam, a máfia albanesa criou novas rotas para o tráfico de drogas em direção ao Oeste Europeu, evitando as regiões em conflito. Assim, duas novas, alternativas rotas foram criadas: a rota do sul indo da Turquia, passando por Bulgária, FYROM, K&M e Albânia para Itália e outros países do Oeste Europeu. E a segunda, ficando no norte, indo da Turquia, através da Bulgária, Romênia, Húngria para a República Tcheca, Eslováquia e outras nações do Oeste Europeu.
Quando os conflitos iugoslavos terminaram, a antiga rota balcânica foi re-estabelecida novamente, porém os novos canais para o contrabando de drogas não desapareceu e as conexões foram grandemente expandidas. Todas as agências americanas que lutam contra o tráfico de drogas estimam que, junto dos turcos, os grupos criminosos dos albaneses-kosovar são os mais importantes contrabandistas de drogas na Europa.
4. A Máfia Albanesa nos Estados Unidos
Começou a se estabelecer em território americano em meados dos anos 80 e ainda era absolutamente fraca. Com a Guerra de Kosovo, houve uma globalização maior e muitos cidadãos albaneses emigraram para os Estados Unidos, e vice-versa. Nos meados dos anos 1990, os criminosos albaneses dos EUA estavam auxiliando as atividades do Exército de Libertação de Kosovo em K&M com a criação de fundos para fazer compras de armamentos necessitados pela organização terrorista. Primeiramente, a angariação de fundos foi conduzida secretamente e depois uma filial da ONG "Pátria os Chama" (Zeri e atdheut) foi estabelecida nos EUA para canalizar o suporte financeiro aos membros do UÇK através de contas bancárias nos EUA e Canadá e muitas outras nações do Oeste Europeu. Em adição, dinheiro foi transferido diretamente através de emigrantes - mensageiros, que vieram para K&M.
Sua estrutura não é tão robusta quanto na Europa, porém houveram contáveis vezes em que mafiosos albaneses apareceram em cena e tornaram-se notícias por terem um modo de operação bastante diferente da LCN, em geral.

"Alex Rudaj foi um influente gangster albanês, chefe do que viria a ser chamado de "A Corporação". Começou, desde então, como um associado da Gambino crime family e logo ascendeu para liderar uma organização criminosa de étnico-albaneses que dirigiam o mundo das apostas ilícitas nas áreas de Morris Park e Arthur Avenue no bairro do Bronx, New York.
Após conquistarem tais feitos, os albaneses queriam o presente especial: um território que era clamado pela Máfia Italiana. No verão de 2001, eles decidiram tomar o lugar. Em junho, Rudaj e mais de uma dúzia de seus homens entraram numa casa de apostas gerenciada pela Lucchese Crime Family em Astoria, Queens. O grupo, fortemente armado, tomou o território a força.
Embora estavam metendo a mão em território mafioso, a gangue de Rudaj ainda assim tinha um enorme respeito pelos modelos mais altos do crime organizado. Quando o chefe da família Gambino John Gotti morreu de câncer em junho de 2002, Alex Rudaj e vários de seus afiliados apareceram no velório do Dapper Don para lhe mostrar respeito. Mas é claro que suas lutas com a Cosa Nostra nunca foram pessoais... apenas negócios.
Mas você pode ir mais fundo, e ainda mais. O chefe da Gambino, Arnold Squitieri estava cansado de tanta malandragem e veio cobrar os mafiosos em ascensão. O "sit down" tomou lugar num posto de gasolina em um lugar remoto de New Jersey, Squitieri não foi sozinho. Vinte mafiosos da Gambino fortemente armados acompanharam o chefe. Alex Rudaj, no entanto, trouxe apenas seis de seus associados. De acordo com o agente do FBI Joaquim Garcia, que infiltrou a Gambino crime family durante esse tempo, Squitieri disse a Rudaj que a brincadeira acabou e que eles deviam parar de expandir suas operações. Os albaneses e os Gambinos então puxaram suas armas. Sabendo que estavam em menor número, os albaneses ameaçaram explodir o posto de gasolina com todo mundo dentro. Isso terminou a discussão, e os dois grupos saíram vivos. "
(http://gangstersinc.ning.com/profiles/b ... alex-rudaj)